O Imperativo da Magreza

Quem não gostaria de mudar algo em si? Tirar uma gordurinha, aumentar os seios, diminuir a cintura, esconder uma rugas… a lista é infinita! Vivemos em uma época em que a magreza é o principal critério de beleza. E para alcançar esse ideal, o mercado faz promessas de salvação, com dietas mirabolantes, pílulas milagrosas, medicamentos, cirurgias e procedimentos que prometem corpos esculpidos sem esforço.
Para sustentar esse ideal, os veículos de informação se utilizam de inteligência artificial e fazem toques e retoques para nos bombardear de corpos considerados perfeitos (magros, torneados, sem rugas, sem flacidez, sem manchas, sem cicatrizes, sem pelos, enfim, irreais). E qual é o problema disso? Qual é o problema de querer se encaixar em um ideal de beleza muitas vezes inalcançável?
Quem anuncia esse corpo perfeito é justamente o vendedor dessa suposta solução mágica e rápida e, mesmo sabendo disso, a gente se encanta com o que assiste e acaba sendo facilmente manipulado por todo aquele mundo de imagens que, apesar de ficcional, se confunde com a própria realidade. Somos levados a pensar nas nossas próprias imperfeições incansavelmente.
Tudo bem queremos mudar nosso corpo para nos sentir bem com ele, desde que seja algo genuíno de dentro para fora. E não porque socialmente somos cobrados a ter um corpo cada vez mais perfeito. Mais importante ainda é considerar as limitações dos nossos corpos, respeitando a saúde e a nossa genética. Não seria mais seguro, saudável e efetivo a longo prazo investir em um trabalho psíquico de tolerar as falhas, as lacunas, a espera e as frustrações?