Todo carnaval tem seu fim?

“O ano começa depois do carnaval” dizem. Mas não seria o contrário: nos permitimos viver no carnaval o que não vivemos o ano inteiro?
A ideia de sairmos fantasiados, rua à fora, nos permitindo fazer coisas que julgamos (uns ao outros e a nós mesmos) por 4 dias (às vezes mais) deveria nos dar pistas sobre as nossas proibições e permissões em relação ao nosso corpo, nossa sexualidade e nossos desejos. Será que precisamos esperar o carnaval para nos vestirmos como achamos bonito? Mostrar e/ou esconder o que nos dá vontade? Encher de brilho a vida? Nos abrir para dançar, festejar e beijar desconhecidos?
Tudo bem que seria insustentável ter carnaval o ano inteiro (não há corpo que aguente tantas horas de folia!), mas é também igualmente insustentável esperar o ano inteiro para sermos livres de preconceitos, proibições, julgamentos e imposições sem sentido. Será que podemos trazer um pouco de carnaval para o dia-a-dia?